Aplicativos

Como os aplicativos podem ditar o marketing?

Há 11 anos, a Apple lançou o iOS App Store com apenas 500 aplicativos. Bastou um mês para esse número triplicar, o que levou Steve Jobs comentar que a App Store é muito maior do que eles imaginavam.

Desde 2008, a loja cresceu mais de mil vezes, contando com dois milhões de aplicativos, até então. Com usuários gastando mais de quatro horas diariamente. Isso provou que todos esses apps são os principais canais em que as pessoas concentram a atenção (25% do dia de uso de uma pessoa, segundo dados).

Portanto, entender quais aplicativos são populares é culturalmente interessante, e também essencial para os negócios no mundo das startups de consumidores. E a fonte para esse entendimento é justamente o gráfico de aplicativos do iTunes.

Conhecido como Charts, esse gráfico conta com uma lista constantemente atualizada dos aplicativos mais populares do iPhone.

A lista

Eles são classificados por download, em uma variedade de categorias e geografias. A lista fornece uma visão verdadeiramente dinâmica das atividades em que mais de um bilhão de usuários estão usando. Além dos insights fornecidos pelos dados serem educativos e divertidos.

Diversas empresas estão dedicadas para analisar o Charts e estudar o comportamento do consumidor. Por exemplo, em março, o aplicativo número um do iPhone, nos Estados Unidos, era um que, em fevereiro, nem estava registrado nos gráficos. Isso porque o app era o NCAA March Madness Live. O que faz todo o sentido, já que ele é dedicado ao campeonato de basquete universitário, que iniciou justamente em março.

Por isso, os meses são fundamentais para serem analisados e entender as ações dos consumidores. A Amazon Alexa é outro app que segue uma tendência sazonal clara em torno dos feriados.

Inflexões na classificação do gráfico podem ser rastreadas até os eventos do mundo real que as causaram. Então, é possível que as inflexões nos Charts podem gerar eventos do mundo real na forma de investimentos em startups.

Investidores estão constantemente monitorando e quando um aplicativo se torna perceptível, passam a prestar atenção, o que pode levar a pagar algo, mais do que a atenção deles.

Sempre tem aplicativos para algo 

Programadores tornaram a computação móvel realmente boa. Quando a App Store foi lançada, a experiência era muito limitada. Mas à medida que o número de aplicativos explodiu, essas limitações passaram a acabar aos poucos. Instagram passou a tornar as fotos ótimas, WhatsApp tornou as mensagens grátis, Spotify deixou a música acessível, e assim por diante.

Como Elon Musk disse, os maiores problemas do consumidor na computação móvel foram essencialmente resolvidos pelos aplicativos. Porém, ainda tá longe de resolver todos.

No gráfico, é possível observar que as categorias de redes sociais e compras seguem a mesma tendência. Tanto nas duas categorias quanto na de jogos, os aplicativos mais populares são, em sua maioria, mais antigos e maduros, com uma média de quatro ou cinco anos. Por sua vez, há outra maneira de pensar sobre esse tópico.

Dos 30 aplicativos principais de redes sociais e compras, semanalmente, apenas 13% são iniciantes. Na categoria de jogos, a porcentagem muda para 85%. Isso só reforça que os aplicativos maduros dominam os gráficos de redes sociais e de compras, enquanto os jogos se mostram mais independentes.

Há muitos fatores a respeito do porquê disso. Uma delas é o fato de que, na categoria de jogos, eles não satisfazem os desejos e necessidades dos clientes, de modo que os usuários estão constantemente buscando alternativas inovadoras. Já as redes sociais mais maduras possuem todas as necessidades buscadas. 

O fim das paradas de sucesso 

Isso demonstra que precisamos deixar de investir em aplicativos, a não ser jogos? Não. Pelo menos, ainda não.

Os dados do Charts fornecem uma mensagem clara: usuários se adaptaram aos aplicativos favoritos. E esses aplicativos maduros ganharam o concurso de popularidade exibido nos gráficos. O efeito resultante é que a distribuição passa a ser difícil para apps iniciantes que tentam entrar no topo do ranking. 

Mas não signifca que o sucesso das startups seja inatingível. Existem três maneiras pelas quais as startups estão combatendo essa dura realidade: 

  • Aceitando: estratégia de aceitação para startups é reconhecer que você não pode quebrar os 30 principais aplicativos mais populares. Mas estar bem com isso. 
  • Evitando: essa estratégia de evitar se torna uma maneira de reconhecer a dificuldade de escalar o gráfico e decidir evita-lo por meio da construção de uma plataforma diferente. 
  • Combatendo: é quase 28 vezes mais difícil para um aplicativo iniciante quebrar o alto escalão. A maioria olharia para esse dado e desistiria, concluindo que a construção de um aplicativo popular é quase impossível. Mas empreendedores podem ver o mundo diferente, e o próprio App Charts comprova que ainda há uma chance, o que dá uma oportunidade de luta.

FONTE

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