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Entrevista: Dan Strougo | Country Manager da 99designs

Sabe aquela pessoa do bem? Bom, se vocês não conhecem, eu tive o prazer de conhecer! Ele se chama Dan Strougo e é Country Manager da 99designs aqui no Brasil. Aproveitei para entrevistá-lo aqui para o blog para que vocês também possam conhecer um pouco mais sobre ele. Empreendedor, Executivo, Voluntário, Marido etc. Tem aquela vida corrida que muitos de nós temos, mas está sempre pronto para ajudar. Boa leitura startupeiros!

Talita: Me conta um pouco sua trajetória.

Dan: “Sou designer gráfico de formação e coração e sempre quis empreender desde pequeno ao assistir meu pai tocando o negócio dele. Ele me dizia que eu só teria sucesso como designer se eu fosse um virtuoso, um ‘da Vinci’, mas que, quem sabe, se tivesse experiência com business poderia abrir meu próprio negócio e ter sucesso no futuro.

Segui suas orientações e me matriculei no curso de administração a noite, enquanto estudava design de manhã e estagiava em agências a tarde. Depois de formado, trabalhava no escritório de design do Guto Indio da Costa, e pedi para tocar a área comercial e de comunicação institucional da marca para me familiarizar com o assunto. Aos 27, achei que já tinha aprendido o suficiente para abrir meu negócio.

Anos antes, já maturava a ideia de abrir um negócio virtual de venda de serviços de design gráfico para pequenos negócios, já que o Brasil é praticamente formado por MPEs.

Em um reencontro com um amigo de infância muito querido, fiz o pitch da startup, um pedido de sociedade e recebi um ‘sim’! Em pouco mais de 6 meses, nascia o LogoChef. Foram 3 anos de muita ralação e pivotadas do empreendimento até que resolvemos adotar o modelo de uma empresa australiana chamada 99designs, líderes isolados do mercado e que já se destacava como o modelo vencedor para conectar pessoas e designers online.

Frustados após um ‘não’ de um fundo de investimento com o qual negociávamos há meses e sabendo que a 99designs estava atenta no mercado brasileiro, resolvemos tomar a iniciativa e ir falar com eles. Pena que não conhecíamos ninguém na empresa para nos apresentar. Sem que isso nos impedisse, adicionamos todos os executivos principais da empresa no Skype e Linkedin e começamos o assédio. Felizmente, em poucos dias, tivemos retorno e fizemos uma oferta de parceria para o CEO da empresa, Patrick Llewewllyn.

A empatia com o Pat foi imediata e começamos a conversar bastante sobre o futuro do mercado de design via plataformas online, o cenário brasileiro, os desafios que o LogoChef já tinha percorrido e quando nos aproximamos mais, surgiu da parte deles a oferta de adquirir 100% do LogoChef e começar a operação 99designs brasileira a partir da estrutura que havíamos montado para o LogoChef.

Ficamos muito felizes com o resultado dos anos de esforço que colocamos no negócio e por sermos comprados por uma empresa que admirávamos muito pela posição que a 99designs tem na nossa indústria. Vesti a camisa imediatamente e, após um período em São Francisco, em Agosto de 2013 a 99designs aprendeu a falar Português.

Desde então, desenvolver o negócio no Brasil e alguns países da América Latina tem sido um desafio intenso, mas as taxas anuais de crescimento já dobraram. Continuaremos recrutando cada vez mais designers para que trabalhem não só para empresas nacionais como internacionais e atraindo clientes e agências para esse modelo que resolve toda a vida de marcas com demandas pontuais e frequentes por design gráfico.

Seja para criar logotipos online, seja para criar sites, embalagens, capas de livro, impressos, a 99designs tem como objetivo conectar o mundo com excelentes designers gráficos!”

 

Talita: Uma coisa que sempre me perguntam é sobre eu ser executiva, assim como você hoje responde como Country Manager da 99, me conta um pouco sobre essa escolha.

Dan: “Ser executivo para mim é a consequência das escolhas que fiz no começo da minha carreira. Sentia desde o começo que o espaço para ser um grande profissional técnico era muito pequeno e já bem ocupado por designers mais brilhantes que eu. Não via, no entanto, designers com a mesma pegada de negócio que eu gosto de pensar que tenho por conta do curso de ADM e algumas posições de direção que assumi. Percebi aí que poderia ter uma carreira de sucesso como empresário.

Após a compra da minha primeira empresa, ser executivo da 99designs foi um passo natural e uma escolha que veio junto com o pacote de aquisição. A verdade é que como country manager você tem a autonomia de tocar o negócio como se fosse dono, tendo uma visão holística de todos os aspectos da empresa desde a contratação, gestão financeira, operação, marketing, etc. Esta liberdade é o fator que mais me atrai nessa posição de executivo que eu tenho atualmente.”

 

Talita: Como funciona da 99 Designs? Se eu enviar uma solicitação, todos os profissionais verão a minha solicitação pelo mundo? Posso escolher de onde eu quero o design?

Dan: “A 99designs é um marketplace que conecta pessoas e agências com demandas por design gráfico com designers gráficos. Somos pioneiros deste modelo e líderes mundiais com mais de 300,000 designers, espalhados por 150 países. Os principais serviços da 99designs são o concurso de design e os Projetos 1-para-1.

O que chamamos de concurso de design é quando você diz o que precisa (ex: quero criar um logotipo para a minha empresa), recebe dezenas de ideias de designers do mundo inteiro e, após 7 dias de conversas e feedbacks, determina um designer vencedor que lhe enviará os arquivos finais e receberá o dinheiro do prêmio que você terá depositado no começo do concurso.Já os projetos 1-para-1 é quando você contrata diretamente um designer e desenvolve o seu projeto a partir de uma negociação inicial entre você e o designer.

Designers brasileiros criam para projetos do mundo inteiro. Clientes brasileiros recebem ideias de designers do mundo inteiro. Isso é muito rico, pois conhecer a criatividade de outros povos para a solução do seu problema de design. Principalmente hoje, quando estamos sempre criando novos produtos e aplicativos virtuais com o objetivo de torná-los globais.”

Talita: Quais são as principais características que um empreendedor precisa pensar na hora de solicitar uma marca?

Dan: “Na hora de subir um briefing de design para criação de uma logomarca digo que é sempre importante um olhar para dentro da marca, pensar na trajetória dela, da ideia inicial ao estágio no qual ela se encontra e se perguntar quem essa marca é. Muitas vezes é difícil colocar em palavras e briefings muito extensos não costumam ter um resultado muito bom, por isso acho sempre positivo quando o empresário mostra imagens e referências visuais de elementos que o remetem ao que a marca dele é ou quer ser.

Mais importante ainda que este input inicial é o feedback intenso para todas as ideias de design que chegarão ao empresário a partir do primeiro dia do concurso ou projeto lançado. Quanto mais retorno ele der para cada ideia e designer, mais os outros designers que entrarão em seguida ‘pescarão’ a essência da marca a ser representada.

Apesar de oferecer uma garantia de 100% do dinheiro de volta, temos uma taxa de sucesso que beira 90%! Ou seja, os designers, estejam eles em Berlim, Singapura ou São Paulo, costumam acertar na mosca.”

 

Talita: Você sempre que pode participa de eventos que incentivam o empreendedorismo, me conta um pouco sobre sua entrega pessoal? Como você faz para administrar tantas coisas? Família, viagens, trabalho, trabalho voluntário (eventos).

Dan “Me sinto membro integrante do ecossistema de startups brasileiro. Uma das coisas que mais me atrai neste ambiente, e há muitos colegas também pelo o que eu sei, é a troca de experiências. Conversar sobre suas ideias e protótipos, receber e oferecer conselhos do jeito livre que fazemos, não acontece em nenhuma outra indústria. Acho que realmente aprendemos que nossos planos tem muito mais chances de sobrevivência em um mercado dinâmico e complexo como o de hoje quando não tememos ser copiados ou roubados pelos que nos escutam.

Somado a isso, a 99designs sempre teve como seus principais divulgadores e evangelistas, o povo de startups e tecnologias, os quais sempre foram rápidos em sacar o valor do nosso produto que ainda tem um valor extremamente acessível para quem está com o orçamento apertado – ou seja, todas as startups!

Amo participar do máximo de eventos possíveis e o faço por prazer. Poucas coisas me dão mais prazer profissionalmente do que ser convidado para mentorar uma startup ou receber um email de alguém que eu conversei em um evento ou que escutou uma palestra minha, perguntando minha opinião sobre um problema que está passando.

Quando se gosta tanto que se faz, arruma-se tempo para o que for. E olha que ainda sobra muito para desenhar futuros MVPs, ler, estudar, tocar violão e andar de skate, hábitos que eu não largo por nada!”

 

Nota

Dan Strougo, muito obrigada pela sua super participação! Pessoas com você com certeza, ajudarão a mudar o mundo para melhor!

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