isolamento social

Como o autônomo deve organizar as finanças após o isolamento social

Isolamento social: O trabalho autônomo, que já soma mais de 20 milhões de brasileiros e vinha sendo um dos principais fatores para a redução do desemprego no país, está ameaçado.

Com a pandemia do novo coronavírus, as oportunidades em bares, restaurantes, aplicativos de transporte, vendas ambulantes, entre outros, foram reduzidas, levando os profissionais a lutarem pela sobrevivência nos próximos meses. 

A situação é tão grave que o Governo Federal liberou um auxílio emergencial, o Coronavoucher, no valor de R$ 600 para proteger os autônomos, além de microempreendedores individuais (MEI) e desempregados.

A previsão é que R$ 98 bilhões sejam disponibilizados dessa forma, e 25% do valor já foi concedido em menos de um mês. 
Outro dado que expõe a seriedade da crise em que os autônomos se encontram é a demanda por empréstimos.

No Bom Pra Crédito, fintech de diversas modalidades de empréstimos, a busca por crédito cresceu 15% nos 14 primeiros dias de isolamento social.

Praticamente metade (48%) dos pedidos tinham como objetivo manter um negócio funcionando, enquanto 45% era destinada a gastos emergenciais.  

Por enquanto, não se sabe quando o coronavírus vai embora ou, ao menos, permitir uma “nova normalidade”, com distanciamento entre pessoas, estabelecimentos com número reduzido de pessoas, horários rígidos e outras medidas.

Enquanto algumas cidades estão em lockdown, outras se preparam para um princípio de relaxamento, e ninguém sabe ainda quais serão as consequências. 

Porém, já é possível afirmar que quem é autônomo precisa estar preparado para o fim do isolamento, principalmente para equilibrar os boletos e retomar o trabalho em segurança o mais rápido possível. 

Se você está nessa categoria de trabalhadores, saiba tudo o que precisa fazer para garantir a sua sobrevivência quando a quarentena acabar:

Isolamento social: Prepare-se para fazer adaptações

Se você ainda não avaliou como o seu trabalho será impactado após o término da quarentena, comece imediatamente a avaliar os cenários e pensar em um plano de ação para garantir algum lucro. 

Quem trabalha nas ruas, por exemplo, vai sofrer com um número reduzido de clientes inicialmente, mas com a certeza que, em algum momento, o fluxo aumentará quando a situação passar. 

Se você é um prestador de serviço a domicílio, talvez você ganhe mais clientes, pois provavelmente a maioria das pessoas vai evitar se expor de primeira. 

Porém, para conquistar a confiança do cliente, você terá que reforçar seus protocolos de atendimento.

Máscara, capa para sapatos e álcool gel serão essenciais para entrar na casa alheia, e essa precaução pode durar até mesmo após o fim da pandemia, de forma que esses itens deverão fazer parte dos seus gastos fixos. 

Seja empático

O oportunismo é presença garantida em toda crise, só que esse péssimo hábito vai prejudicar o seu trabalho. Por isso, antes de pensar em aumentar os seus preços, pense com clareza se o seu público pode pagar por esse adicional.

O poder de compra do brasileiro reduziu significativamente. O desemprego e a redução de salário e carga horária são a nova realidade da população, que está, portanto, menos disposta a pagar mais por um bem ou serviço, mesmo que diferenciado. 

Busque alternativas para continuar presente na vida do seu cliente. Que tal sugerir uma contribuição voluntária ou oferecer um desconto semelhante ao corte salarial que o seu cliente teve?

Adotar estratégias como essas fará você ser lembrado pelo seu público e, no futuro, quando as coisas melhorarem, ele com certeza vai procurar pelo seu bem ou serviço e estará apto a gastar mais. 

É hora de renegociar

Isolamento social: Com a pandemia, várias contas podem ser canceladas ou negociadas, os famosos “boletinhos”. Algumas montadoras, por exemplo, estão permitindo que o financiamento de veículos seja postergado em até duas prestações.

A cobrança de determinados tipos de empréstimos também estão sendo suspensas por alguns credores. 

Se você depende de um fornecedor para executar o seu trabalho, tente falar com ele. Pense em soluções para não gastar demais agora: pagamento parcial do produto ou serviço, manutenção do preço pré-Covid-19, adiamento do pagamento sem juros nos próximos meses. Com certeza vocês chegaram em um ponto de equilíbrio benéfico para ambos. 

Lembre-se que as tarifas de água e luz estão isentas para os consumidores de baixa renda, de acordo com Medida Provisória de abril. Em algumas regiões, o não-pagamento das contas não implicará no corte do serviço para toda a população. Além disso, algumas cidades estão adiando o pagamento do IPTU. 

Já o Código de Defesa do Consumidor obriga aqueles serviços essenciais, como água, gás, luz, internet e telefone, a serem prestados durante a crise mesmo se o consumidor não pagar. Porém os fornecedores podem efetuar a cobrança pelos meios legais existentes.

Recomece o seu negócio

Talvez você não tenha caixa suficiente para executar a sua atividade como antes. Nesse caso, recomece o seu negócio

Uma das possibilidades é iniciar uma operação mais enxuta. Se você vendia 100 brigadeiros por dia antes da pandemia, recomece vendendo o mínimo necessário para não ficar no prejuízo. Pouco a pouco você terá uma reserva suficiente para voltar ao normal. 

Para recomeçar, talvez você necessite de um empréstimo para autônomo. A modalidade mais indicada é o empréstimo pessoal online – desde que as parcelas comprometam no máximo 20% da sua renda bruta.

Nesse caso, considere a CET para comparar qual é o empréstimo mais barato ao invés de se atentar apenas à taxa de juros. 

Mantenha-se atento aos gastos

Embora esteja voltando ao trabalho, você ainda estará sendo impactado com a crise, seja com um menor número de clientes, preços de produtos muito mais altos ou novos gastos que antes sequer existiam. Portanto, continue atento às suas despesas. 

O retorno à sua atividade comercial pode dar uma falsa sensação de normalidade. No entanto, lembre-se que o mundo mudou e ninguém sabe o que vem por aí. 

Se você pensava em expandir os negócios, avalie se esse é o melhor momento. Se o seu trabalho não tem potencial de crescimento após o relaxamento das medidas de isolamento, adie o seus plano. 

Todos os gastos não essenciais, como pegar um táxi para se deslocar para uma reunião, devem ser evitados. A dica vale também para as despesas em casa: continue economizando com os itens supérfluos, dê preferência a produtos e serviços essenciais mais baratos e por mais enrolado que você esteja, nunca use os limites do cartão de crédito e cheque especial. 

Guest post por Carol Peres

Capa Pixabay

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