abrir seu próprio negócio

Cinco questões chave para quem quer abrir seu próprio negócio

Abrir seu próprio negócio, seja uma clínica de estética, investir no universo pet, criar um novo software, produzir uma bebida diferente.

São inúmeras as opções para quem quer iniciar seu próprio negócio e, com a economia ganhando mais tração, cada vez mais os brasileiros mostram que estão dispostos a arregaçar as mangas e apostar em novos projetos.

Dar os primeiros passos, porém, nem sempre é fácil. A vida de um empresário é cheia de dilemas e grandes desafios.

Acompanhando histórias assim de perto, Rodrigo Fiszman e Patricia Stille, ex-sócios da XP Investimentos e atualmente sócios da Solum, holding especializada no investimento de participações de empresas, comentam cinco questões chave no processo de quem está se planejando para empreender. 

Confira as dicas para abrir seu próprio negócio

A cuidadosa avaliação do potencial do negócio

Quando temos uma ideia, é muito comum refletirmos sobre o tema, rabiscarmos algumas coisas, mas muitas vezes temos dificuldades de enxergar eventuais dificuldades e traduzir o conceito no papel de forma objetiva.

Uma metodologia, hoje já muito conhecida, que ajuda nesse processo, é o Business Model Canvas (BMC).

Mas para responder as principais perguntas do modelo, é fundamental fazer pesquisas de campo:

Entrevistar pessoas na rua, possíveis clientes, fornecedores, parceiros, testando se existe interesse e se as pessoas de fato enxergam valor na solução/produto

Finalizado esse levantamento de informações, o próximo passo é estruturar esses dados e afinar a proposta de valor do negócio, e o BMC também ajuda muito neste processo.

Uma vez definido o norte, chega o momento de fazer contas.

É preciso identificar as possíveis receitas, despesas e custos do produto/serviço vendido.

Tendo sempre atenção com os números escondidos, porque é muito comum não considerarmos alguns gastos burocráticos, como alvarás, contabilidade, licenças etc.

A única certeza que todo empreendedor deve ter é: surpresas virão, e a projeção de receita e dos custos pode estar errada.

Por isso, para garantir uma margem de segurança – porque ter caixa é fundamental – não deixe de simular cenários, considerando situações adversas.

Um bom exercício é cortar a receita esperada em 50% e aumentar seu custo estimado em 30%.

Se ainda sim o negócio ainda continuar lucrativo, o empreendedor pode ter um bom indicativo para definir se faz sentido ir em frente.

A importância de realizar testes

Testar é o ponto de partida.

Antes mesmo de começar a desenvolver o negócio, criar um protótipo mais simplificado, ou pelo menos realizar pesquisas de aceitação, pode fazer toda diferença para evitar custos desnecessários e erros que podem ser previstos.

Antes de colocar a mão na massa, é mesmo importante entender como o público enxerga o produto/serviço.

A partir deste olhar, consolidando informações e com a visão de tentar simplificar sempre, o passo seguinte é definir o escopo do MVP (Mínimo Produto Viável) para lançamento no mercado. 

Mas é de extrema importância manter a visão crítica e analítica sobre o funcionamento do negócio sempre.

Dessa forma que podemos checar o que precisa ser ajustado, ouvindo sempre a voz dos clientes, através feedbacks, sugestões e críticas.

Uma boa recomendação de leitura que aborda esse ponto é o livro “Lean StartUps”, que toca em conceitos importantes na dinâmica de testar negócios, coletar feedbacks e ajustar direções até que se tenha segurança para assumir maiores responsabilidades.

A capacidade de lidar com as inseguranças

As inseguranças estão no nosso dia a dia, em diversos momentos.

A maioria das decisões não são exatamente óbvias, existem muitas incertezas, e para ser um bom empreendedor é preciso assumir riscos e ser um “tomador de decisões”. 

Perguntas como “será este o caminho correto a seguir?” ou “será que estou tomando a decisão correta?” sempre vão pairar na cabeça do empreendedor, que certamente passará por muitos dilemas.

O importante é sempre procurar amenizar os riscos, manter uma relação estreita com seu público-alvo, saber ouvir críticas e fomentar um fluxo de melhorias contínuas do seu negócio. 

As atitudes diante de frustrações

Quase todos os negócios de sucesso que conhecemos não são réplicas das ideias iniciais de seus fundadores. Muitos, inclusive, se tornaram algo completamente diferente dos sonhos originais.

Aprender com o processo é uma constante e errar (muito) é do jogo.

O que faz realmente a diferença na trajetória são as atitudes diante das frustrações, mantendo a humildade e amadurecendo na capacidade de fazer os ajustes de rota necessários rumo ao objetivo principal.

A linha para o crescimento não é reta e, até que se alcance algo palpável e lucrativo, uma boa dose de resiliência é determinante para ganhar estofo para superar os muitos desafios da jornada.

A análise pessoal e sincera: será que tenho perfil para empreender?

Empreender em um negócio próprio não é trivial, e a avaliação para dar um passo desses deve ser muito cuidadosa.

Ser otimista, ter visão e acreditar nas suas ideias é importante, mas é preciso ter perfil, energia, disponibilidade, porque levantar (e manter) uma empresa de pé é bem mais complexo do que parece.

Além disso, a decisão precisa ser responsável, principalmente se para começar a empresa será preciso consumir reservas pessoais e/ou o empreendedor(es) não possuir(em) outras fontes de renda.

Por fim, Rodrigo Fiszman e Patricia Stille alertam:

“O Brasil tem um grande mercado, um país de dimensões continentais e grande população, cheio de oportunidades.

Pesquise muito, invista tempo no planejamento e validação, e esteja preparado para o tamanho do desafio, sabendo que persistência e dedicação extrema são chave para se obter sucesso”, conclui a dupla.

Convidados:

Rodrigo Fiszman e Patricia Stille, ex-sócios da XP Investimentos e atualmente sócios da Solum, holding especializada no investimento de participações de empresas.

Site: http://solumparticipacoes.com.br/

Capa Pixabay

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