A pandemia do coronavírus chegou de surpresa para todo o mundo. Consequentemente, o sistema de saúde, a economia e diferentes mercados sofreram – e seguem sofrendo – consequências drásticas. No mundo dos games, apesar do crescimento em vendas, não é muito diferente. Principalmente quando o assunto é preço dos games no Brasil.
Já mostramos aqui que muitas distribuidoras conseguiram se adaptar com as dificuldades do trabalho remoto e entregar grandes lançamentos. No entanto, isso afetou diretamente os jogadores brasileiros.
Com o mercado sofrendo com o coronavírus, um grande fator também é afetado: o dólar. Consequentemente, o preço dos games chega por aqui com uma alta significativa. E é possível que aumente ainda mais nos próximos meses.
Apesar de ser uma discussão antiga, esse assunto surgiu com ainda mais força com a pandemia e suas consequências. O que refletiu na troca de preço do game The Last Of Us Part II, de R$ 199 para R$ 249 no lançamento. E também nos valores do FIFA 21 e Madden 21, que estão em pré-venda pelo valor inicial de R$ 299, chegando a R$ 499 nas variantes mais completas.
No entanto, mesmo que R$ 300 se torne o valor padrão para grandes lançamentos, os jogadores brasileiros ainda saem no “lucro”. Isso porque, como o preço dos games é convertido, o valor final sempre vai depender exclusivamente do dólar. Atualmente, a média de um game nos Estados Unidos é de US$ 60, o que, convertido com o dólar atual (R$ 5,36 até a data desta publicação), vale R$ 321.
A coluna START, da UOL, chegou a entrar em contato com as principais representantes brasileiras das empresas de game, mas receberam respostas evasivas. De acordo com a publicação, apenas a PlayStation se posicionou sobre o questionamento e alegou que “os preços refletem as condições atuais do mercado”.
O preço dos games reflete nos consoles
Se com os games o preço aumenta, com os consoles não seria muito diferente. Principalmente durante a pandemia. Em entrevista ao Canaltech, o fundador e proprietário da ShopB, Gabriel Bollico, informou que o preço de compra para lojista subiu R$ 300.
Principalmente com o Nintendo Switch, que teve uma alta procura durante os últimos meses, mas sem muitos modelos à venda. Tanto que no início de março era possível encontrar o console sendo vendido por R$ 2.000. Atualmente, é difícil encontrar valores abaixo de R$ 3.000.
Ainda que um outro motivo para isso seja o cancelamento das atuações oficiais da Nintendo no Brasil desde 2013, os outros consoles também foram afetados. O PlayStation 4, por exemplo, teve um aumento de 66% no preço de venda do modelo Slim de 1TB. Antes encontrado por volta de R$ 1.500, hoje é encontrado por R$ 2.500.
O Xbox One, por sua vez, ainda possui modelos mais baratos. A versão S de 1TB, por exemplo, é encontrada pelo valor médio de R$ 2.000, sendo ainda possível encontrar por R$ 1.800. Ainda assim, o valor cresceu 50% comparado com o valor em março, de R$ 1.200.
E o aumento desse preço é também pelo mesmo motivo: o dólar. Afinal, além do valor convertido, os lojistas ainda precisam pagar os impostos de importação. O que fez com que alguns comprassem os aparelhos no Paraguai. Entretanto, com a fronteira fechada, tiveram que optar pelo mercado nacional, o que também foi provocou um aumento significativo nos valores.
Pacotes de assinatura são a solução?
Com os games sendo vendidos mais caros que o habitual, o serviço de assinatura pode ser uma possível solução para os gamers. Além dos pacotes que já mostramos por aqui no site, a EA foi outra que adotou o serviço.
Seguindo um funcionamento parecido que do PlayStation Plus e Xbox Live/Game Pass, o usuário faz a assinatura na página da EA ou nas lojas online do seu console. Depois da assinatura, o acesso aos games já é liberado. A partir de uma cobrança mensal de R$ 19,90 mensal (sendo R$ 6 no primeiro mês) ou R$ 109,90, o jogador tem acesso a mais de 50 jogos, que podem ser baixados quantas vezes quiser.
Entre os títulos disponíveis estão Need for Speed Heat, FIFA 20, Battlefield 5, Unravel Two e A Way Out.
Com um serviço estilo Netflix, as assinaturas podem ser uma opção de fuga do preço dos games, além de oferecer aos jogadores mais variedades de jogos e mais oportunidades de divulgação de títulos que, sozinhos, poderiam não atingir a mesma popularidade.